sexta-feira, 1 de agosto de 2008




♥ Sandra

POSSESSÃO

Samantha Abreu

Em cada contorno um perigo.
Curvas são assim: nunca se sabe o que vem depois da virada.
Por isso, prefiro, eu mesma, dirigir.
Sei bem das minhas ribanceiras.
Desço despenhadeiro abaixo e, quando chego à cintura,
minha mão já não é mais minha.
Amor tem dessas coisas.
O poeta disse uma vez: “transforma-se o amador na coisa amada,
por virtude de muito imaginar”.
Eu concordo com ele: senão essa qual outra explicação
para esses dedos serem os seus, a essa altura do ventre?
Pois bem, eu apenas fecho os olhos.
O resto é só possessão.

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