quarta-feira, 6 de agosto de 2008

MAIS UM ADEUS, A CARMELITA




















MAIS UM ADEUS, OUTRA SEPARAÇÃO,
OUTRA VEZ SOLIDÃO...

Torto e manco, cavalgo num rastro lento que marca
O chão rude e seco que a vida impõe a corte de faca
A faca de corte torpe que rasga e abre mais não cura
A cura que se acovarda e finge o milagre, que só oculta

Seria dor o oco que existe agora no vazio do meu peito?
Seria um sonho a se desfazer quando amanhã saltar do leito?
Não creio no medonho torto. Só tem alcance sobre o rarefeito
Afino apenas com meu Deus do belo, que cuida e ama o que é perfeito

Já lá se foi o tempo, contagem absurda, invenção do homem
E se foi rápido, num estalar de dedos, pois tinha fome
Passa e num relance, usa o faro pro mal do câncer, e escolhe um nome
E leva o pobre num breve vento, viagem curta, e no entanto some

Agora o silêncio, que grita alto no escuro da noite
A bater na alma sem piedade, com murro e açoite
Agora o silêncio, que incomoda como vento morno
A nos somar areia nos olhos que saltam de seus contornos
Secos e miúdos de se arregalarem na luta contra o sono

Agora o nada, o não saber onde ir. Como prosseguir
Cadê a esperança, a fé que estava aqui?
Quando clarear o dia, dobrar a esquina e tentar sorrir...

Mas eu ainda vou berrar meu berro de muita dor
Na areia da praia, nas pedras do Arpoador
E tentar curar com água meu peito que se rasgou
Depois ouvir quieto, as coisas do Abbey Road
Isso, a morte não dilacerou....

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