sábado, 28 de junho de 2008

Helena



Todos têm os seus momentos de êxtase,
o seu secreto sentido da morte,
qualquer coisa que lhes serve de apoio.
Visitei cada um dos meus amigos,
tentando com os dedos inseguros
abrir os seus pequenos cofres fechados.
Expuz-lhes a minha dor, não a dor,
mas o sentimento de incompreensível
mistério da vida e pedi-lhes que a examinassem comigo.
Alguns procuram os sacerdotes; outros a poesia.
Eu refugio-me junto dos meus amigos,
vou procurar o meu próprio coração,
busco qualquer coisa intacta entre frases
e fragmentos, eu a quem não basta a beleza
que existe na lua e nas árvores
e para quem o contacto de uma pessoa com outra é tudo,
mas que nem sequer isso consigo estabelecer,
permanentemente imperfeito, frágil e indizìvelmente solitário.

Vírginia Woolf

Beijos com poesias... sempre!
Helena

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