terça-feira, 8 de abril de 2008

SONHO * Maria Fernandes

Maria

Sonho


Um reflexo torto,
calma e simplesmente desacordado.
A visão por um espelho anil.
Vi meu rosto,
Vi minha alma.
E então, ao esperar
no silêncio, no escuro
Dois espectros refletidos:
Da ausência se fez você.

Sua imagem junto à minha,
Sem paixão, sem calor,
A observar um nada
absorvido de uma constante eternidade.

Os dois,
que com apenas um gesto
confirmam a inconsciência,
Se reconhecem.
Se observam.
Mas sem sorriso, sem ternura:
A frieza do abandono.

Um toque...

E da escuridão faz-se um cenário
Cenário de luz,
Cenário de cor,
Cenário de amor.
Onde tudo entre nós é bom
Onde o futuro é bom
E a realidade se faz pelo querer

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