sábado, 29 de março de 2008

TEU SILÊNCIO * por Soninha Porto

TEU SILÊNCIO

A chama que arde e queima o meu ser
vaga sem destino pelo corpo rubro
o fogo brota, explode ao anoitecer
saboreio a volúpia, me descubro.

Teu silêncio é eterno, não acaba
teus olhos estão, ainda, dentro de mim
corpo incendeia, verte como água
alma inquieta que não entende o fim.

Rolo na cama, sorvo a madrugada
sinto teu cheiro, teu corpo exaurido
desejos talhados, incontidos gritos.

Trêmula, rendo-me à alucinação
no teu colo, plena de amor-saudade
esqueço ausências, aqueço ilusões.

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