
Meu medo se interessa por qualquer ruído.
Hoje quero alguém para conversar enquanto dirijo,
baixar os faróis em estrada litorânea,
enxergar pelas mãos."
Fabricio Carpinejar
Tamanho volume de trabalhos magníficos chegam a mim (graças a Deus) e tamanha alegria começou a merecer um tratamento especial, um carinho. Então me ocorreu de criar um espaço especial, um cantinho doce e amável que ventilasse o perfume que tais escritos exalam. Meus amigos e amigas serão recebidos aqui com amor.






![]() | O SENTIDO DA FLOR ... E neste milênio o que for pequeno vai multiplicar... O que estava morto ou que nasceu torto vai ressuscitar... Cada pensamento é um testamento do que vai ficar... Nem uma aquarela terá luz mais bela que a rosa amarela de intenso brilhar... E a tulipa de ouro secreto o tesouro só pode encontrar no verso do verso do imenso universo no anverso do mar... É mais que uma flor e mais do que amor é o sentido de amar... (A. Estebanez) (Poema dedicado à poetisa Sandra Almeida – almadepoeta) |



![]() | |
| | mostrar tudo | Adicionar marcação |









MAIS UM ADEUS, OUTRA SEPARAÇÃO,
OUTRA VEZ SOLIDÃO...
Torto e manco, cavalgo num rastro lento que marca
O chão rude e seco que a vida impõe a corte de faca
A faca de corte torpe que rasga e abre mais não cura
A cura que se acovarda e finge o milagre, que só oculta
Seria dor o oco que existe agora no vazio do meu peito?
Seria um sonho a se desfazer quando amanhã saltar do leito?
Não creio no medonho torto. Só tem alcance sobre o rarefeito
Afino apenas com meu Deus do belo, que cuida e ama o que é perfeito
Já lá se foi o tempo, contagem absurda, invenção do homem
E se foi rápido, num estalar de dedos, pois tinha fome
Passa e num relance, usa o faro pro mal do câncer, e escolhe um nome
E leva o pobre num breve vento, viagem curta, e no entanto some
Agora o silêncio, que grita alto no escuro da noite
A bater na alma sem piedade, com murro e açoite
Agora o silêncio, que incomoda como vento morno
A nos somar areia nos olhos que saltam de seus contornos
Secos e miúdos de se arregalarem na luta contra o sono
Agora o nada, o não saber onde ir. Como prosseguir
Cadê a esperança, a fé que estava aqui?
Quando clarear o dia, dobrar a esquina e tentar sorrir...
Mas eu ainda vou berrar meu berro de muita dor
Na areia da praia, nas pedras do Arpoador
E tentar curar com água meu peito que se rasgou
Depois ouvir quieto, as coisas do Abbey Road
Isso, a morte não dilacerou....


