"A gente se acostuma para não se ralar na aspereza,
para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos,
para esquivar-se da faca e da baioneta,
para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta e,
que gasta, de tanto acostumar, se perde de si mesma. "
Marina Colassanti
Mas nem sempre é necessário tornar-se forte.
Temos que respeitar a nossa fraqueza.
Então, são lágrimas suaves,
de uma tristeza legítima à qual temos direito.
Elas correm devagar e quando passam pelos lábios
sente-se aquele gosto salgado, límpido,
produto de nossa dor mais profunda.
Clarice Lispector
Beijos com poesias... sempre!
Helena
Violetas azuis
Sobre o azul das violetas
deita
e a luz do teu olhar
que me espreita
é a mesma
que a minha alma despe
extraindo a beleza
que me enfeita
desse manto de tristeza
que me veste
Ariadna Garibaldi
Beijos com poesias... sempre!
Helena

art mar fer
CERTEZASTenho poucas certezasNada do que é certo ou erradoNada de certezas que se põe à mesaTenho poucas certezasComo as do rumo erradoSem vela acesaLembro que vim andando pelos caminhosCom esse meu corpo em transladoCantando cantos de passarinhosDoeu-me o pé, sangrou-me olhar, secou-me a bocaLembro que estava só, na pedra, caladoE toda a vida me era indefinida, ocaTenho poucas certezasQue o meu eu posseidom não é daquiNem das fotos da Canyon na fortalezaTenho poucas certezasComa a de conhecer-te de Órion, quando ainda plânctonsBoiávamos nas águas da aspereza
Não és mulher, não sou homemFosse assim, seriamos um do outroÉs dádiva da gosma do orgasmoE eu, célula, plasma seminal, colossoFeitos à gosto, para o espasmoE deleite que rasga o intestino grossoE finda calmo, serviçal, no gotoTenho poucas certezasDentre elas que conheço teus olhosE amo tua tez de alteza...
À Helena28-06-0810:02 h

Todos têm os seus momentos de êxtase,
o seu secreto sentido da morte,
qualquer coisa que lhes serve de apoio.
Visitei cada um dos meus amigos,
tentando com os dedos inseguros
abrir os seus pequenos cofres fechados.
Expuz-lhes a minha dor, não a dor,
mas o sentimento de incompreensível
mistério da vida e pedi-lhes que a examinassem comigo.
Alguns procuram os sacerdotes; outros a poesia.
Eu refugio-me junto dos meus amigos,
vou procurar o meu próprio coração,
busco qualquer coisa intacta entre frases
e fragmentos, eu a quem não basta a beleza
que existe na lua e nas árvores
e para quem o contacto de uma pessoa com outra é tudo,
mas que nem sequer isso consigo estabelecer,
permanentemente imperfeito, frágil e indizìvelmente solitário.
Vírginia Woolf
Beijos com poesias... sempre!
Helena

Não é tão mais bela?
um sopro
ninguém viu
de onde vem
ninguém sabe
aonde vai...
... um dedo de luz
na chuva oblíqua
um arco de cores
instala...
Fernando Campanella
Beijos com poesias... sempre!
Helena


Um Novo Dia Vejo-me nos seus olhos no silêncio desta manhã que nasce renovando belezas, despertando relvas novas, vivificando a terra. Vivamos este instantede restos de orvalho,de folhas verdes, cheiro de mato novo, e fertilidades vindouras. Deixemo-nos envolver neste encanto harmônico, nesta paisagem inundada de luz, de horizontes bonitos, cheios de paz e distâncias, relembrando um passado,uma saudade, um querer que é todo amor, que é todo nosso, que mora em mim, em você. Que nos embriaga de aromas em manifestações de desejos místicos e físicos; que nos unem agora em beijos úmidos, carícias ternas, sob a luz de UM NOVO DIA.José Vasconcelos
Renúncia
Fui nova, mas fui triste; só eu sei
como passou por mim a mocidade!
Cantar era o dever da minha edade...
Devia ter cantado, e não cantei!
Fui bella. Fui amada. E desprezei...
Não quiz beber o phyltro da anciedade.
Amar era o destino, a claridade...
Devia ter amado, e não amei!
Ai de mim! Nem saudades, nem desejos;
nem cinzas mortas, nem calor de beijos...
- Eu nada soube, nada quiz prender!
E o que me resta? Uma amargura infinda:
ver que é, para morrer, tão cedo ainda,
e que é tão tarde já para viver!
Virginia Victorino
Acertos
Acertei as horas à vida,
para que o futuro
não tenha desculpa pelo atraso.
(d.a.)
Beijos com poesias... sempre!
Helena

Eu serei água
água verde
parada
opaca
e estagnada
Eu serei água
onde só tu poderás
reflectir-te
mais nada.
Isabel Meyrelles
Beijos com poesias... sempre!
Helena
Só queria ser
Hoje eu só queria ser
Não me importa ter
Queria falar ao ar
Conversar com Deus
E ele poder me escutar
Hoje eu queria ser
Sua mão e distribuir paz
Nesse mundo conturbado
Há tanta gente
Plantanto semente
Algumas meu Pai
Não se importam
Que tipo plantam
Apenas jogam
Terror e horror
Egoístas,só pensando
Nas suas satisfações
Não se importando
A quem magoam
Outras lutam
Procurando sobreviver
Distribuindo amor
Pra quem está perto de si
Queria poder te levar
Boas notícias do mundo
Que criou tão lindo
E hoje transformado
Em potências de destruição
Hoje eu só queria ser
Pra poder te dizer
Aqui tá tudo em paz
Anjopoesia
Deixa-me amar-te com ternura,
tanto que nossas solidões se unam,
e cada um falando em sua margem
possa escutar o próprio canto.
Deixa-me amar-te com loucura,
ambos cavalgando mares impossíveis
em frágeis barcos e insuficientes velas,
pois disso se fará a nossa voz.
Ajuda-me a amar-te sem receio:
a solidão é um campo muito vasto
que não se deve atravessar a sós.
( Lya Luft)
PrazerA pena do pensamentoVoa por entre folhas brancasRabiscos frenéticosVoluptuososOrgasmosA poesia fez-se Leila Cristina
*****************************************
Prazer
O branco do gozo pleno
Voa arisco e métrico
Vopuptuoso (concordo)
Em espasmos de orgasmos
E quando nada mais há
Entregues e fartos
Apenas deleitamos ofegantes
Olhos nos olhos
Nos perguntamos
Foi bom pra você?
Eu quero mais.
A poesia?
Que a façamos....
Marferart
PRAZER E INDAGAÇÃO
PrazerA pena do pensamentoVoa por entre folhas brancasRabiscos frenéticosVoluptuososOrgasmosA poesia fez-seLeila Cristina********************************************** IndagaçãoCom que mãoum revolucionárioescreve poemas,se com a direita fuzila o fascismo,com a esquerda abraça os camaradas?com a direita produz manifestos,com a esquerda dirige as multidões?Carlos Arthur Newlands Junior
MR. STREETInventa-se um poeta como se inventa um dia-cheio de fome e sede de toda espécie humana, de expressão, de arte ingênua, de rua, de beijo de querência, de encontro ou de qualquer que seja o tipo de escorregadio equilíbrio. Há vezes (e são muitas) que ele se inventa mesmo é chorando. Eu não sei se lapido sintaxes para agradar os denotativos transeuntes (da terra exata) ou se me torno o tolo que sempre fui, cuspindo maluquices insípidas no piche em chamas que leva longe. Ele nem sabe se quer ir longe. Fabbio Cortez

FRUTOS E FLORES Meu amado me diz que sou como maçã cortada ao meio. As sementes eu tenho é bem verdade. E a simetria das curvas. Tive um certo rubor na pele lisa que não sei se ainda tenho. Mas se em abril floresce a macieira eu maçã feita e pra lá de madura ainda me desdobro em brancas flores cada vez que sua faca me traspassa.Marina Colassanti
JadiceliSEM DEFESASJade DantasEu te queria tantoque te enxerguei além do que nunca soubeste,do que dorme no amanhã.Eu te queria tantoque não me defendi de ti.
POEMASPoemas são serpentesoráculos de mesaralos e relesnas faces sem ossosde homens fronteiriçoscânticos que desnudamespadasem suas penas tão próximasao aço e à fúriamacias crisálidas de outonoquando perfumam-se as águasdas nascentes morenasde mais uma esperança. Jandira Zanchi
A DIFICULDADE
A DIFICULDADE
Um homem observava, horas o fio, a borboleta se esforçando para sair do casulo.
Ela conseguiu fazer um pequeno buraco, mas seu corpo ainda é grande
demais para passar por ali.
Depois de tempos, perdeu as forças.
O homem, decide então ajudar a borboleta.
Com uma tesoura, abre a restante do casulo libertando-a.
Mas seu corpo está murcho, é pequeno de mais, incompleto e tem as asas amassadas.
O homem ficou a observá-la esperando que levantasse vôo. Não aconteceu.
A borboleta passará então o resto da sua vida rastejando com um corpo murcho ,
incapaz de voar.
O homem, que só quis ajudar, não compreende que no aperto do casulo e no
esforço necessário para renascer esta o desenvolvimento da borboleta.
Passar através da pequrna abertura com toda dificuldade é o modo escolhido
pela natureza para exercitá-la, dar vida saudável e fortalecer suas asas.
Um esforço extra, às vezes bravio e eloquente, aparentemente impossível de
alcançarmos, sempre é o que nos prepara para o próximo obstáculo a ser enfrentado.
Quem se recusa a fazer esforço ou quem tem uma ajuda errada termina muitas vezes
sem condição de vencer a batalha seguinte e jamais consegue voar até seu destino
Todo o esfôrço determinado à você é superável. Só te é destinado por Deus o que
podes suportar. Portanto enfrente com dignidade e VENÇA com grandeza.
É o que Deus e a vida esperam de você.

Deixei uma terra que não era a minha
por outra à qual também não pertenço.
Refugiei-me num vocábulo de nanquim,
e tenho o livro como espaço;
palavra de lugar nenhum, obscura fala do
deserto.
Não me cobri durante a noite.
Nem mesmo tentei me proteger do sol.
Andei nu.
De onde eu vinha, não fazia mais sentido;
Aonde eu ia não incomodava ninguém.
Vento, digo-lhes, vento.
E um pouco de areia no vento.
Edmond Jabès
Beijos com poesias... sempre!
Helena
Pra falar o que sinto, é simples!
Basta meu coração sentir...
Minha mente refletir...
Passar pelas peneiras...
E minha alma transmitir...
Nanci Cerqueira
Beijos com poesias... sempre!
Helena
Pra falar o que sinto, é simples!
Basta meu coração sentir...
Minha mente refletir...
Passar pelas peneiras...
E minha alma transmitir...
Nanci Cerqueira
Beijos com poesias... sempre!
Helena
Não é necessário assobiar
para estar só, para viver às escuras.
Em plena multidão, em pleno céu,
recordamos a nós mesmos,
ao íntimo, ao nu,
ao único que sabe como se faz silêncio
e suas pobres palavras.
Pablo Neruda
Beijos com poesias... sempre!
Helena