domingo, 29 de junho de 2008

Sandra Antonioli

"A gente se acostuma para não se ralar na aspereza,
para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos,
para esquivar-se da faca e da baioneta,
para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta e,
que gasta, de tanto acostumar, se perde de si mesma. "

Marina Colassanti

Helena


Mas nem sempre é necessário tornar-se forte.


Temos que respeitar a nossa fraqueza.
Então, são lágrimas suaves,
de uma tristeza legítima à qual temos direito.
Elas correm devagar e quando passam pelos lábios
sente-se aquele gosto salgado, límpido,
produto de nossa dor mais profunda.
Clarice Lispector

Beijos com poesias... sempre!
Helena

Helena


Violetas azuis


Sobre o azul das violetas
deita
e a luz do teu olhar
que me espreita
é a mesma
que a minha alma despe
extraindo a beleza
que me enfeita
desse manto de tristeza
que me veste
Ariadna Garibaldi

Beijos com poesias... sempre!
Helena

sábado, 28 de junho de 2008







art mar fer

CERTEZAS

Tenho poucas certezas
Nada do que é certo ou errado
Nada de certezas que se põe à mesa

Tenho poucas certezas
Como as do rumo errado
Sem vela acesa

Lembro que vim andando pelos caminhos
Com esse meu corpo em translado
Cantando cantos de passarinhos

Doeu-me o pé, sangrou-me olhar, secou-me a boca
Lembro que estava só, na pedra, calado
E toda a vida me era indefinida, oca

Tenho poucas certezas
Que o meu eu posseidom não é daqui
Nem das fotos da Canyon na fortaleza

Tenho poucas certezas
Coma a de conhecer-te de Órion,
quando ainda plânctons
Boiávamos nas águas da aspereza

Não és mulher, não sou homem
Fosse assim, seriamos um do outro
És dádiva da gosma do orgasmo
E eu, célula, plasma seminal, colosso
Feitos à gosto, para o espasmo
E deleite que rasga o intestino grosso
E finda calmo, serviçal, no goto

Tenho poucas certezas
Dentre elas que conheço teus olhos
E amo tua tez de alteza...

À Helena
28-06-08
10:02 h

Helena



Todos têm os seus momentos de êxtase,
o seu secreto sentido da morte,
qualquer coisa que lhes serve de apoio.
Visitei cada um dos meus amigos,
tentando com os dedos inseguros
abrir os seus pequenos cofres fechados.
Expuz-lhes a minha dor, não a dor,
mas o sentimento de incompreensível
mistério da vida e pedi-lhes que a examinassem comigo.
Alguns procuram os sacerdotes; outros a poesia.
Eu refugio-me junto dos meus amigos,
vou procurar o meu próprio coração,
busco qualquer coisa intacta entre frases
e fragmentos, eu a quem não basta a beleza
que existe na lua e nas árvores
e para quem o contacto de uma pessoa com outra é tudo,
mas que nem sequer isso consigo estabelecer,
permanentemente imperfeito, frágil e indizìvelmente solitário.

Vírginia Woolf

Beijos com poesias... sempre!
Helena

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Não é tão mais bela?

Helena


um sopro
ninguém viu
de onde vem
ninguém sabe
aonde vai...

... um dedo de luz
na chuva oblíqua


um arco de cores
instala...
Fernando Campanella

Beijos com poesias... sempre!
Helena

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Sandra Antonioli

Um Novo Dia


Vejo-me nos seus olhos
no silêncio desta manhã que nasce
renovando belezas,
despertando relvas novas,
vivificando a terra.


Vivamos este instante
de restos de orvalho,
de folhas verdes,
cheiro de mato novo,
e fertilidades vindouras.


Deixemo-nos envolver
neste encanto harmônico,
nesta paisagem inundada de luz,
de horizontes bonitos,
cheios de paz e distâncias,
relembrando um passado,
uma saudade,
um querer que é todo amor,
que é todo nosso,
que mora em mim,
em você.


Que nos embriaga de aromas
em manifestações de desejos
místicos e físicos;
que nos unem agora
em beijos úmidos,
carícias ternas,
sob a luz
de UM NOVO DIA.

José Vasconcelos

Sandra Antonioli

Renúncia

Fui nova, mas fui triste; só eu sei
como passou por mim a mocidade!
Cantar era o dever da minha edade...
Devia ter cantado, e não cantei!

Fui bella. Fui amada. E desprezei...
Não quiz beber o phyltro da anciedade.
Amar era o destino, a claridade...
Devia ter amado, e não amei!

Ai de mim! Nem saudades, nem desejos;
nem cinzas mortas, nem calor de beijos...
- Eu nada soube, nada quiz prender!

E o que me resta? Uma amargura infinda:
ver que é, para morrer, tão cedo ainda,
e que é tão tarde já para viver!

Virginia Victorino

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Helena


Acertos


Acertei as horas à vida,
para que o futuro
não tenha desculpa pelo atraso.
(d.a.)

Beijos com poesias... sempre!
Helena

Helena



Eu serei água
água verde
parada
opaca
e estagnada
Eu serei água
onde só tu poderás
reflectir-te
mais nada.
Isabel Meyrelles

Beijos com poesias... sempre!
Helena

anjo**da poesia

Só queria ser

Hoje eu só queria ser
Não me importa ter
Queria falar ao ar
Conversar com Deus
E ele poder me escutar
Hoje eu queria ser
Sua mão e distribuir paz
Nesse mundo conturbado
Há tanta gente
Plantanto semente
Algumas meu Pai
Não se importam
Que tipo plantam
Apenas jogam
Terror e horror
Egoístas,só pensando
Nas suas satisfações
Não se importando
A quem magoam
Outras lutam
Procurando sobreviver
Distribuindo amor
Pra quem está perto de si
Queria poder te levar
Boas notícias do mundo
Que criou tão lindo
E hoje transformado
Em potências de destruição
Hoje eu só queria ser
Pra poder te dizer
Aqui tá tudo em paz

Anjopoesia



Sandra Antonioli:

Deixa-me amar-te com ternura,
tanto que nossas solidões se unam,
e cada um falando em sua margem
possa escutar o próprio canto.

Deixa-me amar-te com loucura,
ambos cavalgando mares impossíveis
em frágeis barcos e insuficientes velas,
pois disso se fará a nossa voz.

Ajuda-me a amar-te sem receio:
a solidão é um campo muito vasto
que não se deve atravessar a sós.

( Lya Luft)

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Sandra Antonioli

Prazer

A pena do pensamento
Voa por entre folhas brancas
Rabiscos frenéticos
Voluptuosos
Orgasmos
A poesia fez-se

Leila Cristina

*****************************************

Prazer

O branco do gozo pleno
Voa arisco e métrico
Vopuptuoso (concordo)
Em espasmos de orgasmos

E quando nada mais há
Entregues e fartos
Apenas deleitamos ofegantes
Olhos nos olhos
Nos perguntamos
Foi bom pra você?
Eu quero mais.

A poesia?
Que a façamos....

Marferart

PRAZER E INDAGAÇÃO




Sandra Antonioli

Prazer

A pena do pensamento
Voa por entre folhas brancas
Rabiscos frenéticos
Voluptuosos
Orgasmos
A poesia fez-se

Leila Cristina

**********************************************
Indagação

Com que mão
um revolucionário
escreve poemas,
se com a direita fuzila o fascismo,
com a esquerda abraça os camaradas?
com a direita produz manifestos,
com a esquerda dirige as multidões?

Carlos Arthur Newlands Junior



Sandra Antonioli:

MR. STREET

Inventa-se um poeta
como se inventa um dia-cheio de fome
e sede de toda espécie
humana,
de expressão, de arte ingênua, de rua,
de beijo de querência, de encontro
ou de qualquer que seja o tipo
de escorregadio equilíbrio.
Há vezes (e são muitas)
que ele se inventa mesmo é chorando.

Eu não sei
se lapido sintaxes
para agradar os denotativos transeuntes
(da terra exata)
ou se me torno o tolo
que sempre fui,
cuspindo maluquices insípidas
no piche em chamas que leva longe.

Ele nem sabe se quer ir longe.

Fabbio Cortez



Sandra Antonioli:

FRUTOS E FLORES

Meu amado me diz
que sou como maçã
cortada ao meio.
As sementes eu tenho
é bem verdade.
E a simetria das curvas.
Tive um certo rubor
na pele lisa
que não sei
se ainda tenho.
Mas se em abril floresce
a macieira
eu maçã feita
e pra lá de madura
ainda me desdobro
em brancas flores
cada vez que sua faca
me traspassa.

Marina Colassanti



Jadiceli

SEM DEFESAS
Jade Dantas


Eu te queria tanto
que te enxerguei além

do que nunca soubeste,
do que dorme no amanhã.

Eu te queria tanto
que não me defendi de ti.

Sandra Antonioli:

POEMAS

Poemas são serpentes
oráculos de mesa
ralos e reles
nas faces sem ossos
de homens fronteiriços

cânticos que desnudam
espadas
em suas penas tão próximas
ao aço e à fúria

macias crisálidas de outono
quando perfumam-se as águas
das nascentes morenas
de mais uma esperança.

Jandira Zanchi

A DIFICULDADE



**SÓ THANICHA**

A DIFICULDADE

Um homem observava, horas o fio, a borboleta se esforçando para sair do casulo.

Ela conseguiu fazer um pequeno buraco, mas seu corpo ainda é grande
demais para passar por ali.
Depois de tempos, perdeu as forças.

O homem, decide então ajudar a borboleta.
Com uma tesoura, abre a restante do casulo libertando-a.
Mas seu corpo está murcho, é pequeno de mais, incompleto e tem as asas amassadas.

O homem ficou a observá-la esperando que levantasse vôo. Não aconteceu.
A borboleta passará então o resto da sua vida rastejando com um corpo murcho ,
incapaz de voar.

O homem, que só quis ajudar, não compreende que no aperto do casulo e no
esforço necessário para renascer esta o desenvolvimento da borboleta.
Passar através da pequrna abertura com toda dificuldade é o modo escolhido
pela natureza para exercitá-la, dar vida saudável e fortalecer suas asas.

Um esforço extra, às vezes bravio e eloquente, aparentemente impossível de
alcançarmos, sempre é o que nos prepara para o próximo obstáculo a ser enfrentado.
Quem se recusa a fazer esforço ou quem tem uma ajuda errada termina muitas vezes
sem condição de vencer a batalha seguinte e jamais consegue voar até seu destino

Todo o esfôrço determinado à você é superável. Só te é destinado por Deus o que
podes suportar. Portanto enfrente com dignidade e VENÇA com grandeza.
É o que Deus e a vida esperam de você.


terça-feira, 24 de junho de 2008

Helena



Deixei uma terra que não era a minha
por outra à qual também não pertenço.
Refugiei-me num vocábulo de nanquim,
e tenho o livro como espaço;
palavra de lugar nenhum, obscura fala do
deserto.
Não me cobri durante a noite.
Nem mesmo tentei me proteger do sol.
Andei nu.
De onde eu vinha, não fazia mais sentido;
Aonde eu ia não incomodava ninguém.
Vento, digo-lhes, vento.
E um pouco de areia no vento.
Edmond Jabès

Beijos com poesias... sempre!
Helena



Helena


Pra falar o que sinto, é simples!


Basta meu coração sentir...
Minha mente refletir...
Passar pelas peneiras...
E minha alma transmitir...
Nanci Cerqueira

Beijos com poesias... sempre!
Helena



Helena


Pra falar o que sinto, é simples!


Basta meu coração sentir...
Minha mente refletir...
Passar pelas peneiras...
E minha alma transmitir...
Nanci Cerqueira

Beijos com poesias... sempre!
Helena

Helena:


Não é necessário assobiar
para estar só, para viver às escuras.


Em plena multidão, em pleno céu,
recordamos a nós mesmos,
ao íntimo, ao nu,
ao único que sabe como se faz silêncio
e suas pobres palavras.
Pablo Neruda

Beijos com poesias... sempre!
Helena