quinta-feira, 29 de maio de 2008



QUEM ÉS TU?
Elaine Ermel
Que elos em brumas envolvem-nos?
Por que tua alma descortina-se
aos meus olhos tão bela, docemente?
Que paixão me fez amar-te
como amigo e como amante?
Por que em mim esse desejo fremente,
roubando o sossêgo das minhas noites?
Quem és tu que em fantasias,
conduzes minhas mãos,
profanando meu corpo,
te louvando impunemente?
Quem és tu por quem queimo em delírios,
Cujo nome eu grito sensibilizando estrelas,
que para meu conforto
traçam entre nós momentaneamente
uma luminosa ponte!

maria .f.santos.:




"Como dizia o poeta
Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão
Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não"

Vinícius de Moraes

Bjs!!!
maria

Helena


Faz-me o favor...


Faz-me o favor de não dizer absolutamente nada!
Supor o que dirá
Tua boca velada
É ouvir-te já.

É ouvir-te melhor
Do que o dirias.
O que és não vem à flor
Das caras e dos dias.

Tu és melhor... muito melhor!
Do que tu. Não digas nada. Sê
Alma do corpo nu
Que do espelho se vê.
Mário Cesariny

Beijos com poesias... sempre!
Helena



Sandra Antonioli

Sobrevida
Cristina Lacerda

A terra não sorri
mas ampara meus passos


de hoje sofrer
me lembro do que é cíclico


os dias de chumbo
a lama do fundo
lamber a lembrança
de pequenos relâmpagos


sofrer sofreguidão
- só isso?


reinventar o mesmo
em tudo o que se ama


lembrar feridas
e perfumes dos momentos


essa minha curta longa vida
involuntária


é assim aos tropeços


e se há esquinas onde
às vezes me firo tanto


é porque é preciso
e se tateia na dor
o despertar da ânsia viva
vislumbre de algum
futuro encanto


o resto é concreto muro
cinza, rachado e duro


que o sonho


não está onde é sonhado
mas onde é pensado
com insistência e arte


esse o rito


içar a dor sombria
e se fazer ao mar


como alguém que ao ficar
finge que parte

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Helena:


Se for preciso, irei buscar um sol
para falar de nós...


Na memória mais funda guardarei
palavras e olhares, se for preciso...

Só não trarei o resto da ternura...
no fundo do amor, tenho-a comigo.
quando a quiseres.
Ana Luísa Amaral

Beijos com poesias...
Helena

COISAS DE SANDRA



Sandra Antonioli

ESPAÇO CURVO E FINITO
José Saramago

Oculta consciência de não ser,
Ou de ser num estar que me transcende,
Numa rede de presenças e ausências,
Numa fuga para o ponto de partida:
Um perto que é tão longe, um longe aqui.
Uma ânsia de estar e de temer
A semente que de ser se surpreende,
As pedras que repetem as cadências
Da onda sempre nova e repetida
Que neste espaço curvo vem de ti.



Aquele outro não via...

Hilda Hilst

Aquele outro não via minha muita amplidão
Nada lhe bastava. Nem ígneas cantigas.
E agora vã, te pareço soberba, magnífica
E fodes como quem morre a última conquista
E ardes como desejei arder de santidade.
(E há luz na tua carne e tu palpitas.)


Ah, por que me vejo vasta e inflexível
Desejando um desejo vizinhante
De uma fome irada e obsessiva?


TANTO
(Helena Kolody)

Da estátua de areia
nada restará
depois da maré cheia.



A gente deveria acordar todo dia e recitar esses versos, como quem diz
uma oração. Enquanto estátuas de areia, que nos seja concedida a graça
de ornamentar a orla em tempo de maré baixa. Amém.
(Rosane Coelho)

Helena


Caixinha de música


Impregno-me em ti como um perfume
como quem veste a pele de odores
ou a alma de cetins
quero que me enlaces ou me enfaixes de muitos laços
abraços fitas ou fios transparentes
em celofane brilhando uma prenda
uma menina te traz vestida de lumes
incandescendo incandescente
quer embrulhada em véus de seda e brocado
encantada a serpente a flauta o mago
senhor toca
e quando me toca
o corpo eu abro
caixinha de música
dentro
com bailarina que dança.
Ana Mafalda Leite

Beijos com poesia... sempre!
Helena




Sandra Antonioli

EU QUERIA ACORDAR POESIA.


♥Marli♥ ama



TEUS BEIJOS
(Marli L.Regacin)

Um leve toque nos lábios e
sinto gosto da paixão
deixado na tarde de ontem
um beijo por demais ardente
e ainda tão presente
Fecho os olhos a sonhar
e diante de mim
tua boca gostosa
procurando a minha
com um botão de rosa
um convite para te amar
Beijos molhados
com paixão sugados
sempre gulosos
envolventes, quentes
Beijos que falam sem nada dizer
manifestam o prazer
convidam sempre a viver
nossa história de amor
Saudade de você
e de teu bem querer!!

Beijinhos de boa noite
e muito carinho




""""""""""""""""

DAS GOTINHAS.........

Deram-se as mãos e se tornaram uma só gota, uma só água.
As mini gotinhas levadas, escorregando na janela embaçada,
trombaram-se todas e empurraram nosso casal gota pra baixo.
Passaram do limite e se espatifaram no chão,
dividindo-se em milhares de gotículas.
O coração deles se partiu, umas partes se perderam.
Fizeram tempestade em copo d’água e nunca mais se entenderam.
Foram cada uma para o seu bueiro.

A gotinha secou. O gotinho virou lágrima

autor desconhecido




Sandra Antonioli

PRA TE PROVOCAR

Abraço sempre a liberdade das minhas concepções estéticas -
e escrevo.
Na verdade, rabisco palavras de amor em defesa da Vida.
Não para que você concorde comigo, mas para transmitir emoções rebeldes.
Escrevo para te provocar.
Para que você pense um pouco sobre a vida que hoje leva.
Para que você veja o mundo de outra forma.
Escrevo principalmente para excitar teu intelecto e
abrir teu coração ainda mais.
Por isso eu vibro tanto a cada vez que meu verbo entra no teu peito e dança.

(Edson Marques)










O SOL INVISÍVEL DO AMOR

===Edmen===

O amor existe em diversos graus de classificação, desde a intensidade até a profundidade, misturando-se com a beleza de cores de diversas tonalidades, absorvidas no coração e transmitidas numa propagação clara de ondas invisíveis. O tolo procura sentir o amor e defini-lo como um produto qualquer, enquanto o sábio apenas o absorve e rega com as gotas de sua sabedoria para que cresça cada vez mais belo, como se fora uma linda planta de cuja árvore colhe os frutos viçosos, plantando suas sementes em lugar fértil para que muitos saboreiem e sintam o gosto dulcificado absorvido no coração. Do amor plantado e cultivado com sabedoria nasce a concórdia, o entendimento e a paz, a felicidade torna-se presente e a esperança se fortalece nas cores abstratas do amor.

Os desentendimentos só existem por que o amor deixou de existir ou nunca existiu. As guerras só acontecem por que não se cultivou o amor, por que a cobiça gerou a sede de fama, riqueza e poder.

Uma pessoa, um grupo, uma família, uma nação só pode ser feliz se existir amor, pois onde existe amor a prosperidade está presente e a felicidade é contínua, a alegria se expande em verdadeiras ondas, propagando-se em várias direções, por que o amor é um sol que todos nós temos em nosso coração e para sentir o seu calor e ver os seus raios, basta que dissipemos as nuvens negras do ódio e da inveja do seu derredor, permitindo assim que esse sol nos aqueça com seus raios de amor.

Vivifique o sol invisível do amor em seu interior e verá seus raios expandirem-se continuadamente em várias direções, e a felicidade estará presente no seu e em muitos corações.

terça-feira, 27 de maio de 2008


http://www.youtube.com/watch?v=biUYULIrt-4&feature=related

Sonia

O amor que procuro,
É um amor calmo e sem chamas muito ardentes,
Mas que queima no coração ao pensar nesse amor...
O amor que procuro,
Tem um pouco de maravilha e ao mesmo tempo tão calmo.
Tem uma parte de mistério e surpresa,
mas é sempre previsível...
O amor que procuro há muito tempo,
Está distante, talvez próximo a chegar.
Está me procurando também, e tem toda calma para esperar...
O amor que procuro,
Me chegará brevemente, mansamente, lentamente,
E saberá compreender toda distancia,
Toda saudade, toda espera que tivemos...
O amor que procuro, é especial,
Pode ser você,
Pode ser que eu seja o seu amor também...
O amor que procuro,
Será o melhor acontecimento,
Que vai revelar as emoções,
Despertar as alegrias reprimidas,
Fará brilhar os olhos
E deixar a boca dizer todas as palavras contidas...
O amor que procuro,
Mora já em meu coração,
Não conhece o rosto, mas já sente muita saudades!

Vilma Galvão

BONITA! *** Marferart (para minha querida Sandra)

art mar fer



BONITA!

Ser bonita requer ter batida.
Ser bonita compõe ser ativa, amiga...
Não ser demasiadamente aflita, jamais abatida.
Ser bonita é ser doida varrida, doada, doída, que reage por quem grita
por soluções urgidas, por quem agita contra o que lhe agrida
E dita o procedimento que envita, que incita o que excita,
o que mais que bonita a torna linda.
Ser bonita é ser mulher que dita quando, onde e como será a
lambida, se curta ou comprida, curativa ou pra ferida.
E depois se larga na cama, combalida e confessa tô (...)
perdida!
Ah!!! Como tú é bonita minha amiga...

segunda-feira, 26 de maio de 2008

SONO



"O sono chega quando a noite
tenta pendurar-se em minhas pálpebras
amarrando estrelas uma a uma
em cada cílio"

Rita Apoena,
mui lindinha disse isso

Helena


Em ti descanso e me espraio.
Contigo sonho e viajo.

Em ti mergulho e espero.
Em ti divago e aguardo.

Contigo durmo e acordo.
Em ti me espreguiço e roço.

És promessa de sentido.
És ilusão de destino.

Mas a espera é longa.


O silêncio é grito.
A vida tão breve...
... e o tempo, (in)finito.
Teresa

Beijos com poesias... sempre!
Helena

domingo, 25 de maio de 2008



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Eu aqui, de férias, a janela escancarada, a brisa,
o mar e lá no fundo o céu, tinindo de tanta estrela.
Mas ainda assim faltava algo, que eu não sabia o que era.
De repente, arrisco um clique, e seu lindo sorriso surge
na tela do meu computador. Agora sim.
Agora tudo virou céu e paraíso; só faltava você,
o astro principal...

de Flavia Daher

♥Marli♥ ama:



A janela
(Kirk)

Uma noite de luar intenso,
uma casa numa fazenda distante,
um quarto cheio de silêncio...
um sonho fascinante.

A janela entreaberta,
deixa entrar as lembranças,
e uma saudade se desperta...
tempos de infância.

Nunca se feche... deixe entrar,
que a brisa traga-as para dentro,
enquanto sob o luar a melodia não parar,
Qualquer saudade eu agüento!

Te amo
Beijinhos de boa noite

sábado, 24 de maio de 2008



Sandra Antonioli

AMOR, ENTÃO...
Paulo Leminski

Amor, então,
também acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.

O FUNERAL DAS BORBOLETAS *** Marferart




O FUNERAL DAS BORBOLETAS

Entraram pela porta dupla, da grande sala.
Paulatinamente. Uma por uma. De forma estruturada.
A primeira fixou-se à janela maior, da vasta copa.
Uma segunda evadiu-se para o andar superior e,
perdeu-se na imensidão do teto em lambri, que tem a cor que é dela.
A terceira postou-se à parede do salão, junto a escada em madeira
brilhante, talvez por isso.
Passei a observar atentamente, a terceira, curioso e tenso.
Ela, inerte, triste, quieta, sem vida.
Sem vida...

Tentei reanima-la, não logo, a princípio apenas observei com certa curiosidade
Me perguntando o: porquê?
Nada compreendi e tentei esquecer a questão.

No dia seguinte, vendo-as nos mesmos lugares, tentei agora com maior ênfase, motiva-las a moverem-se. Incentivei-as a saírem para ver o sol que enfeitava o céu azul de um domingo quente em Pedra de Guaratiba.

Não foi possível. Nenhum esboço de reação.
Um vôo curto e a entrega total, espasmódica.
Corri para examinar as outras e perplexo as vi desfalecidas, combalidas, exibindo apenas movimentos provocados pela brisa suave e leve da manhã, vinda do mar, da Baía de Sepetiba.

Tornei à sala e a “terceira” permanecia junto à escada, tristonha e sem ânimo.
Tentei pega-la, carinhosamente e com medo, em total enlevo.
Ela, certamente que num último esforço, tentou um vôo curto, até o quintal frontal, no sonho de alcançar o jardim maior. Notei nesse momento que um azul-báltico de magnífica visualização morava na parte interior de suas asas fascinantes.
Admirei maravilhado, tal doação.

Num repente, tudo findou.
Jaziam lamentàvelmente, pela casa, suas companheiras e, ela mesma já não resistia.
Recolhi com zelo suas estruturas de arte tão profunda, com tristeza.
Não acreditava em tamanho desastre.

Preparei seus últimos casulos e sepultei-as entre os bougainvilleas e as margaridas, que adoravam, e que também são minhas preferidas.

Fim

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Helena:


Não devo ter medo. O medo é o assassino da mente.


O medo é a pequena morte que traz destruição.
Vou enfrentar o meu medo.
Vou permitir que passe por mim e através de mim.
E quando o meu medo tiver partido, vou voltar
e enfrentar o trilho deixado por ele,
e permanecerei eu, apenas.
Dune- David Lynch

Beijos com poesias...
Helena

PERDOE-ME *** Maria |F. Santos

maria .f.santos.

PERDOE ME

Se hoje sou apenas silêncio,
E calo a palavra,
Com a alma sombria,
E o meu olhar foge do seu,
Para que você não veja a lágrima teimosa.
Perdoe-me,
Se hoje meus braços fraquejaram,
E o abraço não foi tão forte.
Perdoe-me,
Se hoje o sorriso fugiu do meu rosto,
E não estive tão presente,
E fiz da ausência uma defesa
Dos meus sentimentos,
Na tentativa de não confessar,
De que hoje sou eu,
Que precisa da palavra certa,
Do olhar de carinho,
E do abraço forte.
Perdoe-me,
Se hoje sou eu quem precisa de você




Sandra Antonioli

MINHA IMAGEM
Ronaldo Araújo - 23.05.2008

Minha imagem não se reflete sem sentido
há brilho e cores enquanto existo.

Minha imagem tem nexo nascido das sutilezas
e das vitórias dos que pareciam desvalidos.

Minha imagem se cria no reflexo das águas tranquilas
por onde navego em sonhos e fantasias.

Minha imagem é aliada ao orvalho e à natureza
e se faz presente na propagação da alegria.

Minha imagem é sorriso, êxtase de satisfação
por isso, transito pelas entre linhas da imaginação.

Helena:


Preparação do vôo


Não faço mais que sentir
ou pressentir
sons ditos em surdina,
talvez ouvir
murmúrios só pensados
incompletos sonhos
imaginados.
Não sei sequer refletir
a nua realidade
que, estranha, me atravessa.
Será verdade?
Não quero senão sentir!
Que o que restar
me passe ao lado depressa.
Longa será a viagem,
é preciso voar.
Alice Eiras

Beijos com poesias...
Helena




Sandra Antonioli:

VI
(Paulo Henriques Brito)

Nada de mergulhos. É na superfície
que o real, minúsculo plâncton, se trai.
Sentidos, sentimentos e outros moluscos

não passam pela finíssima peneira
do funcional. E o sofrimento, ai,
esse refinado pingüim de louça

sobre o que deveria ser, na quiti-
nete do eu, uma austera geladeira...

Que ninguém nos ouça: guarda esse escafandro, meu
filho. Só o raso é cool. A dor é kitsch.

Sandra Antonioli:

RETÂNGULO
(Nei Duclós)

Tem pessoas que me estreitam
tem pessoas que me largam
tem gente que me violenta
tem gente que me guarda

Mas a maior parte do tempo
estou só, estou sem nada

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Sandra Antonioli:

DEGUSTAÇÃO



Da batata da tua perna

À maçã do teu rosto

Sinto teu gosto

E sinto que gosto


Juliano Osterlund